quinta-feira, 30 de abril de 2009

Escutar com os olhos

A chave para uma boa comunicação com uma pessoa surda é o claro e apropriado contato visual. É uma necessidade, quando os surdos se comunicam. De fato, quando duas pessoas conversam em língua de sinais é considerado rude desviar o olhar e interromper o contato visual. E como captar a atenção de um surdo? Em vez de usar o nome da pessoa é melhor dar um leve toque no ombro ou no braço dela, acenar se a pessoa estiver perto, ou se estiver distante, fazer um sinal com a mão para outra pessoa chamar a atenção dela. Dependendo da situação, pode-se dar umas batidinhas no chão ou fazer piscar a luz. Esses e outros métodos apropriados de captar a atenção dão reconhecimento à experiência dos Surdos e fazem parte da cultura surda. Para aprender bem uma língua de sinais, precisa-se pensar nessa língua. É por isso que simplesmente aprender sinais de um dicionário de língua de sinais não seria útil em ser realmente eficiente nessa língua. Muitos aprendem diretamente com os que usam a língua de sinais no seu dia-a-dia — os surdos. Em todo o mundo, os surdos expandem seus horizontes usando uma rica língua de sinais.
Língua: Conjunto do vocabulário de um idioma, e de suas regras gramaticais; idioma. Por exemplo: inglês, português, LIBRAS.
Linguagem: Capacidade que o homem e alguns animais possuem para se comunicar, expressar seus pensamentos.
Língua de Sinais: É a língua dos surdos e que possui a sua própria estrutura e gramática através do canal comunicação visual, a língua de sinais dos surdos urbanos brasileiros é a LIBRAS, em Portugal é a LGP.
Cultura Surda: Ao longo dos séculos os surdos foram formando uma cultura própria centrada principalmente em sua forma de comunicação. Em quase todas as cidades do mundo vamos encontrar associações de surdos onde eles se reúnem e convivem socialmente.Intérprete de Língua de Sinais: Pessoa ouvinte que interpreta para os surdos uma comunicação falada usando a língua de sinais e vice-versa.

Surdo e Mudo?



A terminologia Surdo-Mudo tem sua raiz na história, num tempo muito antigo quando a pessoa Surda estava condenado a mudez. Ser surdo significava automaticamente ser mudo, e pior, ser um Abandonado, Excluído, Desacreditado!
Com o passar do tempo, apesar de se constatar ser possível ensinar o Surdo a falar (língua oral), e, principalmente, de estudos conferirem à língua de sinais usada por eles há tantos séculos o "título" de língua verdadeira, mesmo assim, falando uma ou duas línguas, a denominação "Surdo-Mudo" permanece!
Acreditamos que só um trabalho informativo da comunidade surda junto a sociedade sobre a inadequação do termo "Surdo-Mudo" pode, aos poucos, fazer cair em desuso esse termo.

sábado, 25 de abril de 2009

O QUE É LIBRAS (LINGUAGEM BRASILEIRA DE SINAIS)



Libras é a sigla da Língua Brasileira de Sinais
As Línguas de Sinais são as línguas naturais das comunidades surdas.
Ao contrário do que muitos imaginam, as Línguas de Sinais não são simplesmente mímicas e gestos soltos, utilizados pelos surdos para facilitar a comunicação. São línguas com estruturas gramaticais próprias.
O que diferencia as Línguas de Sinais das demais línguas é a sua modalidade visual-espacial.
Assim, uma pessoa que entra em contato com uma Língua de Sinais irá aprender uma outra língua, como o Francês, Inglês etc.

Informações Técnicas
A LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) tem sua origem na Língua de Sinais Francesa. As Línguas de Sinais não são universais. Cada país possui a sua própria língua de sinais, que sofre as influências da cultura nacional e local.Como qualquer outra língua, ela também possui expressões que diferem de região para região (os regionalismos), o que a legitima ainda mais como língua.

Os sinais são formados a partir da combinação da forma e do movimento das mãos e do ponto no corpo ou no espaço onde esses sinais são feitos. Nas línguas de sinais podem ser encontrados os seguintes parâmetros que formarão os sinais:

Configuração das mãos: São formas das mãos que podem ser da datilologia (alfabeto manual) ou outras formas feitas pela mão predominante (mão direita para os destros ou esquerda para os canhotos), ou pelas duas mãos.Os sinais DESCULPAR, EVITAR e IDADE, por exemplo, possuem a mesma configuração de mão (com a letra y). A diferença é que cada uma é produzida em um ponto diferente no corpo.
Expressão facial e/ou corporal: As expressões faciais / corporais são de fundamental importância para o entendimento real do sinal, sendo que a entonação em Língua de Sinais é feita pela expressão facial.
Os verbos: serão apresentados no infinitivo. Todas as concordâncias e conjugações são feitas no espaço. Ex.: EU QUERER CURSO.
As frases: obedecerão à estrutura da LIBRAS, e não à do Português. Ex.: VOCÊ GOSTAR CURSO? (Você gosta do curso?)

Para conversar em LIBRAS não basta apenas conhecer os sinais de forma solta, é necessário conhecer a sua estrutura gramatical e principalmente estar inserido na cultura do surto.

A PASTORAL DOS SURDOS NA DIOCESE DE CORNÉLIO PROCÓPIO





No dia 03 de agosto de 2008, surdo e ouvintes de Cornélio Procópio, Assai e Santa Mariana participaram da Santa Missa na Catedral Cristo Rei as 09:30 horas. Após a missa, interessados em participar e apoiar a Pastoral dos Surdos dirigiram-se para o Centro Diocesano de Pastoral para uma reunião, onde foi apresentada a equipe diocesana e o grupo de apoio a esta equipe, com a presença do Bispo Diocesano Dom Getúlio Teixeira Guimarães. Este será mais um desafio, pois a diocese é composta de 25 paróquias distribuídas em 19 municípios que certamente possuem pessoas surdas em busca da palavra de Deus. Sendo assim, contamos com o apoio dos padres e das comunidades para unirmos em oração e assim nos fortalecermos na fé para esta caminhada que se inicia.


A missão da Pastoral dos Surdos é:*Anunciar Jesus Cristo aos surdos nas comunidades através de seus agentes de evangelização (MC 16,15);
*Testemunhar a Boa Nova de Jesus Cristo na família e na comunidade para a construção de uma sociedade justa, solidária e fraterna;*Incentivar as vocações e ministérios entre os surdos ao serviço da Igreja;*Divulgar e garantir o respeito aos meios de comunicação dos surdos, particularmente a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) instrumento e mediação do diálogo com os outros e com Deus.
A equipe diocesana da Pastoral dos Surdos assim está composta:
Assessor diocesano: Pe. José Pedro da Silva e Sem. Gilmar Tito Ribeiro
Coordenadora: Liliane B. Piza Silva – Surda
Vice Coordenadora: Heini Vani Freire Carrai – Surda
Secretária: edina da Silva Lopes – Ouvinte
Vice – secretária: Gisele Aparecida do Nascimento – Surda
Tesoureiro: Rogério Rodrigues da Silva – Surdo
Vice-tesoureiro: Carlos Roberto Carrai – Surdo